segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CAMPANHA SOMOS FELIZES.

A foto mostra um cadeirante com os braços abertos de lado sendo carregado.




“Somos iguais, iguais a você. Somos felizes, você pode crer” – assim nos conta uma das campanhas mais bonitas desse final de ano. A “Somos Felizes” vem lembrar os mais distraídos que as pessoas com deficiência são iguais a todas as outras, enfrentam dificuldades como elas e, acima de tudo, merecem o mesmo respeito. Uma mensagem simples, mas sempre fundamental.
Talvez você não saiba, mas, segundo dados da ONU, aproximadamente 15% da população mundial possui algum tipo de deficiência. Apesar disso, nem assim a sociedade parece ter se acostumado a lidar com essa realidade e continua exercendo várias formas de exclusão a quem possui uma deficiência, seja por excesso – se preocupando demais e agindo como se essas pessoas fossem incapazes de fazer qualquer coisa -, ou porfalta de respeito, violando direitos fundamentais desses cidadãos. Afinal, quem nunca viu alguém se aproveitando de uma vaga de estacionamento destinada a pessoas com deficiência?
Para levar a sociedade a refletir sobre a forma como encara quem tem algum tipo de deficiência, o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba, lançou a campanha “Somos Felizes”, cujo vídeo (por sinal, incrível!) merece ser visto. 
O dançarino Edy Style é quem conduz o vídeo, mostrando cenários encantadores e convidando o espectador a conhecer um pouco mais do cotidiano das pessoas com deficiência, que, só no Brasil, são mais de 45 milhões.
“Lutamos diariamente por uma série de direitos que, às vezes, muitas pessoas não dão atenção, consideram um favor. Aquela vaga no estacionamento, o banheiro exclusivo, uma oportunidade de emprego, entre outras coisas. Nossa luta passa não só por nossas dificuldades particulares, mas também pela garantia de que a sociedade nos inclua de uma maneira mais natural. Isso porque podemos ser felizes. Cada um de nós, como todas as pessoas, tem uma história de vida recheada de momentos que nos marcaram para sempre. E é assim mesmo, vivendo em uma sociedade inclusiva, para todos, que respeite os nossos direitos e a diversidade humana. Equilíbrio com a sociedade e compartilhando nossos sentimentos com o próximo que escrevemos nosso legado para toda a eternidade. Afinal, a nossa felicidade depende da construção de uma sociedade inclusiva, para todos, que respeite os nossos direitos e a diversidade humana.”




Vale a pena conhecer mais sobre a campanha aqui.


Somos Felizes

Somos Felizes

Iguais a você
Somos iguais

Oportunidade…

Venha Cantar…

Se precisar…

Somos Felizes
Somos Felizes



Mais Vídeos e entrevistas:

https://www.youtube.com/watch?v=HgS4a9d-AZA


AUDIODESCRIÇÃO – LEGENDA SONORA

Fontes: Hypness – Prefeitura de Curitiba – Legenda Sonora

Quer ganhar um adesivo e bloco de " MULTA MORAL".

Logo de como fazer o pedido e que esta descrito abaixo no texto.

Você já imaginou chegar para estacionar seu carro  em vaga adaptada e se deparar com um carro que não tem o direito de usar esta vaga, o que você vai fazer, esta é a realidade de muitas cidades quando o assunto é vaga especial e respeito.
A ação Blitz da Acessibilidade marcou o encerramento da 17ª Semana Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e foi realizada no centro da capital.
Além destas ações que serviu para sensibilizar os motoristas que não respeitam estas vagas também temos uma empresa VERMEX que entrou nesta causa e criou "MULTA MORAL" com finalidade de conscientizar que esta vaga não é sua nem por um minuto.

Foto das Inclusivass Fernanda Vicari, Liza Cenci e Vitória Bernardes participando da blitz.




Para pedir o seu bloco você precisa:
1. Ser pessoa com #deficiência;

2. Entrar no nosso site: http://www.vemex.com.br/ e clicar na guia “Contato”!

3. Escrever no campo “Assunto”: #Multa-moral;

4. No campo “Mensagem” coloque seus dados pessoais completos. (Nome, e-mail, endereço residencial com rua/número/cidade/estado/CEP, telefone com código da cidade e o tipo de deficiência pessoal);

5. Ainda no campo “Mensagem”, copie a frase que aparece ao lado da bandeira do #Brasil no vídeo que está no site. “Tecnologia e inovação orgulhosamente 100% Brasileira”


ESTA VAGA NÃO É SUA NEM POR UM MINUTO!!

Nos já recebemos o nosso bloco e o ano que vem sairemos as ruas para juntas fazermos a MULTA MORAL.



Link do vídeo da Blitz da Acessibilidade realizado em Porto Alegre.













81% contratam pessoas com deficiência só ' PARA CUMPRIR LEI'.

Apesar de possuir graduação e pós-graduação, Christian Guerrato, de 28 anos, tentou por três anos uma colocação profissional sem participar da lei de cotas. Ele só conseguiu um emprego quando fez uso da lei.
(Foto: Cristiane Cardoso / G1)


Uma pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), realizada com 2.949 profissionais do setor apontou que 81% dos recrutadores contratam pessoas com deficiência “para cumprir a lei”. Apenas 4% declararam fazê-lo por “acreditar no potencial” e 12% o fazem “independente de cota;“. Para Teresa Amaral, superintendente do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência, este é um dos principais problemas da inclusão desses profissionais no mercado de trabalho no país.

“Eu acho que a grande questão é o olhar da empresa para a pessoa com deficiência com obrigação e não a contratação de uma pessoa competente. No momento que a empresapensa ‘vou ter que contratar despesa‘, essa pessoa vira um fardo para os seus quadros e ela já começa desistindo. Então, a grande mudança que é preciso é esse olhar das empresas e da sociedade no geral sobre a competência de pessoas com deficiência”.

Christian Guerrato, de 28 anos, é um dos exemplos de profissional em busca de uma oportunidade de trabalho à altura de sua qualificação. Formado em administração, com duas pós-graduações em marketing, uma concluída e outra em curso, ele é fluente em espanhol, possui inglês avançado e estuda japonês. Mas já teve entre suas tarefas como assistente de merchandising – cargo que ocupou por três meses –, recolher latas de tinta e fazer limpeza.

“Fui contratado para uma função e quando cheguei, acabei tendo que fazer limpeza, tendo que dar de eletricista, pegar lata de tinta. Tudo que foi passado na entrevista não aconteceu. Quando fui ver, era algo de âmbito geral da organização. A maior dificuldade é a percepção das pessoas que vão contratar. A maioria vê o portador como se tivesse dificuldade, como se a pessoa fosse menos competente”, contou o jovem do Rio de Janeiro, que possui atrofia ocular.

Falta de informação e preconceito

De acordo com a pesquisa “Profissionais de RH: expectativas e percepções sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho”, cerca de 50% declararam já terem entrevistado pessoas com deficiência. No entanto, destes, 56% afirmaram não se sentir bem preparados para tal função, o que, para a ABRH, representa uma fragilidade do processo deinclusão.

“Esse dado é preocupante, visto que os gestores são fundamentais ao processo de inclusão. Afinal, são eles que decidem sobre a contratação dos profissionais com deficiência e que os gerenciam. Sem suporte adequado, o risco de má gestão é amplificado, ocasionando situações de exclusão dentro do próprio ambiente de trabalho, falta deassistência adequada ou diferenças de tratamento e oportunidades”, analisou a associação.


Marcia Costa trabalha há seis anos na Light. Nos
corredores da empresa, há sinalizações em braille
para que ela e outros funcionários deficientes
visuais saibam onde estão localizadas suas mesas
(Foto: Cristiane Cardoso / G1)


A pesquisa revelou ainda que 65% dos gestores possuem resistência em entrevistar e/oucontratar pessoas com deficiência. Para a ABRH, é “outro dado preocupante”. E 93% dos que responderam a análise afirmaram que gestores devem se informar mais para entrevistar e gerenciar este profissional, “revelando que ainda existem muitas barreiras a serem derrubadas e muito trabalho a ser feito com os gestores”.

“Acredito que ainda há muito a investir em termos de conhecimento e desenvolvimento dehabilidades e atitudes de gestores, em todos os níveis nas organizações, e seus empregados em geral, pois o desconforto causado às PcD [pessoas com deficiência] é decorrente da evidência do preconceito e discriminação por essas pessoas – o público interno, somado ao público externo, os clientes dessas organizações”, afirmou Jorgete Lemos, diretora de Diversidade da ABRH Nacional.

Para a assistente de compras Marcia Marisa Costa, de 45 anos, que trabalha há seis anos na Light – empresa privada de geração, comercialização e distribuição de energia do Rio de Janeiro –, a falta de convívio com pessoas com deficiência potencializa o preconceito de que há limitações do profissional para executar as atividades necessárias para o cargopretendido.

“Não tem outro nome. O preconceito é fruto da falta de conhecimento. As pessoas não entendem como uma pessoa com deficiência visual pode desempenhar determinadas funções. Para você, é claro que a questão é o preconceito, mas isso não é dito, não éverbalizado. Você não tem como fazer nada. Você consegue observar que a pessoa estáinsegura com você. A gente observa em entrevistas, e depois nunca mais reencontra essa pessoa”, desabafou.

Para que esse distanciamento seja contornado, Marcia, que também já trabalhou em ONGsdesenvolvendo livros para deficientes visuais como ela, acredita que “o contato é muito importante”. “Essas iniciativas que muitas empresas têm de pegar o deficiente que esteja bem posicionado profissionalmente e levar para dar palestras, eu tenho visto bons resultados. Isso tem ajudado”, garantiu. Junto à Marcia, há outros 192 funcionários na Lightcom algum tipo de necessidade especial.

“A gente não foi acostumado a conviver com pessoas com deficiência. Não estudou em escolas com elas. É raro. Você tem um cadeirante, uma pessoa deficiência auditiva,visual. Isso já tem desde muito tempo. E isso se reflete no universo das empresas. Ela não é produtiva? Ela vai atrapalhar? É uma pessoa que não posso contar?”, ponderou Patrícia Pacheco, diretora de Responsabilidade Social da ABRH-RJ.

Buscando um universo corporativo em que essas dúvidas não existam, a diretora ressaltou a importância do RH em sensibilizar gestores e equipes para “essa nova relação”, uma vez que muitos nunca tiveram contatos com pessoas com limitação física, segundo Patrícia.

“Às vezes não é culpa das pessoas, é porque não aprenderam a lidar com aquela situação. Se quer saber como lidar com a deficiência, pergunte à pessoa como ela quer ser tratada. Pergunta a ela se ela precisa de ajuda para abrir a porta, porque o que a gente não pergunta, fica na suposição e isso parte mais de uma suposição do que de uma situação real”, concluiu.

Busca por profissionais

A pesquisa revelou ainda que cerca de 80% dos entrevistados consideram que a busca por profissionais com deficiência é mais difícil em comparação com aqueles sem deficiência. “A questão está situada no âmbito comportamental/atitudinal, e por isso, é um processo lento envolvendo realinhamento de valores”, completou Jorgete, que acrescentou ainda que a limitação da busca desses profissionais a ONGs também prejudica a inclusão das PcDs.

Christian exibe todos os diplomas e certificados
que possui diferentes tipos de cursos que
já realizou (Foto: Cristiane Cardoso / G1)



“A grande dependência das empresas pelas indicações denota falta de um banco de currículos qualificado. Já a elevada busca por PcDs nas ONGs demonstra que a deficiência ainda está muito institucionalizada. A percepção de que uma pessoa com deficiência está vinculada a uma associação é grande, o que é uma visão equivocada”, analisou a ABRH.

46 milhões de pessoas com deficiência
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego, havia no Brasil 358.738pessoas com deficiência contratadas até setembro de 2014. O Ano de 2013 registrou357.797 profissionais. Segundo dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil há, no entanto, cerca de 46 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, 24% da população.

De acordo com as Estatística de Gênero do instituto – análise dos resultados do Censo 2010,divulgados em outubro – a participação da população economicamente ativa mostradiferenças entre homens e mulheres, que possuem menor participação. Segundo o IBGE, homens e mulheres de 16 a 64 anos com deficiências no grau severo ou mental/intelectual participam menos do mercado de trabalho.

Entre os respondentes da pesquisa da ABRH, 59% é formado por mulheres, 45% possuem pós-graduaçao em curso ou completo. Serviços é o setor que se destaca entre as empresasdos respondentes e 49% são gerentes, coordenadores e diretores.

Lei 8213/91

A lei determina que empresas de 100 funcionários ou mais incluam de 2% a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiências habilitadas na seguinte proporção: até 200 empregados, 2%; de 201 a 500 empregados, 3%; de 501 a1000 empregados, 4%; e de 1001 em diante, 5%.


Principais dificuldades no recrutamento e seleção de pessoas com deficiência segundo pesquisa
(Foto: Reprodução / ABRH)

Fonte G1

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência (PL nº 7699/2006)

A imagem ilustra o simbolo  da pessoa com deficiência e a frase: Já conhece a LBI?

Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência (PL nº 7699/2006)

A minuta da Lei Brasileira da Inclusão da Pessoa com Deficiência – LBI é uma construção coletiva. Foi o primeiro Projeto de Lei da Câmara dos Deputados a ser traduzido para Libras– Língua Brasileira de Sinais durante sua discussão. Seu texto preliminar ficou sob consulta pública no E-democracia por cerca de seis meses, tendo recebido, entre contribuições vindas do portal, de e-mails e ofícios, cerca de mil propostas.

A LBI tem como base a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o primeiro tratado internacional de direitos humanos a ser incorporado pelo ordenamento jurídico brasileiro com o status de emenda constitucional.

Sua principal inovação reside na conceituação de deficiência, não mais compreendida como uma condição estática e biológica da pessoa, mas como o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio com as limitações de natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo.

Neste sentido, a deficiência deixa de ser um atributo da pessoa. Passa a ser, portanto, o resultado das respostas inacessíveis que a sociedade e o Estado dão às características de cada um.

Relatora da Lei Brasileira da Inclusão, a deputada Federal Mara Gabrilli tem a expectativa de levar o projeto à votação ainda esse mês. Para isso, a parlamentar vem realizando uma série de reuniões com parlamentares governistas e representantes dos Ministérios da Educação, Saúde, Previdência e Desenvolvimento Social. A ideia é construir um projeto de consenso para que a proposta possa ser aprovada sem emendas, o que torna sua tramitação mais rápida e reduz a possibilidade de vetos.
A seguir você confere um resumo com as inovações do projeto



Educação



* Proibição das escolas privadas cobrarem a mais de alunos com deficiência;

* Reserva de 10% de vagas às pessoas com deficiência nos processos seletivos de cursos de ensino superior (graduação e pós-graduação), educação profissional tecnológica e educação profissional técnica de nível médio, em instituições públicas federais e privadas. As vagas remanescentes devem ser disponibilizadas para os demais candidatos;

* Obrigação de conteúdos sobre práticas de educação inclusiva e deficiência nos cursos de ensino superior.

Habilitação e Reabilitação, Assistência Social e Saúde


* Reconhecimento da habilitação e reabilitação com um direito da pessoa com deficiência, com vistas a sua autonomia e participação social em igualdade de condições com as demais pessoas;

* Desenvolvimento de ações articuladas pelo SUS e pelo SUAS que garantam à pessoa com deficiência e sua família a aquisição de informações, orientações e formas de acesso às diversas políticas públicas existentes, com a finalidade de propiciar sua plena participação social;

* Revisão dos critérios de elegibilidade para o acesso ao Benefício da Prestação Continuada;

* Proibição de planos de saúde discriminarem a pessoa em razão de sua deficiência.

Comunicação, Cultura e Lazer



* Garantia de acessibilidade nos serviços de telefonia;

* Teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de esporte, locais de espetáculo devemreservar espaços/ assentos para pessoas com deficiência em todos os setores, resguardado o direito de elas se acomodarem próximas a seu grupo familiar e comunitário;

* Salas de cinema deverão garantir à pessoa com deficiência recursos de acessibilidade
em todas as sessões;

* Hotéis deverão oferecer dormitórios acessíveis;

* Pronunciamentos oficiais, a propaganda eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de televisão devem ter acessíveis;

* Telecentros públicos deverão oferecer no mínimo 10% de recursos acessíveis para pessoas com deficiência visual;

* As editoras não poderão usar nenhum argumento para negar a oferta de livro acessível.

Trabalho e Previdência Social



* Criação do Auxílio Inclusão, uma renda suplementar a ser paga à pessoa com deficiênciaincluída no mundo do trabalho;

* Estímulo à capacitação simultânea à inclusão no trabalho;

* Revisão da Lei de Cotas, para obrigar empresas de 50 a 99 funcionários a contratar ao menos 1 pessoa com deficiência;

Moradia e Habitação



* Reconhecimento das moradias para a vida independente como uma opção de residência da pessoa com deficiência. Neste caso, o poder público adotará programas e ações estratégicas para apoiar a criação e manutenção de moradias para a vida independente da pessoa com deficiência;

* Aumento para 10% da reserva para pessoas com deficiência em unidades habitacionais.

* Possibilidade de utilização do FGTS para a compra de órteses e próteses.

Diretos civis e ações de combate ao preconceito



* Pessoas com deficiência intelectual terão direito ao voto e ser votado, ao casamento e a ter filhos, tendo vista que o processo de curatela somente poderá recair sobre direitos de natureza patrimonial e negocial;

* Harmonização com o sistema penal de penas relacionadas ao preconceito, descriminação eabuso contra a pessoa com deficiência;

* Garantia de acessibilidade no acesso à Justiça para todos os envolvidos em processos judiciais, sejam como partes, advogados, juízes, defensores, promotores, dentre outros.

Mecanismos de políticas e defesa de direitos



* Criação do Cadastro Inclusão, com a finalidade de coletar, processar, sistematizare disseminar informações georreferenciadas que permitam a identificação e a caracterização das pessoas com deficiência, bem como as barreiras que impedem a realização de seus direitos;

* Criação da Comissão de Monitoramento da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência no âmbito do Conselho Nacional de Direitos das Pessoas com Deficiência;

* Na realização de inspeções e auditorias pelos órgãos de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimento da legislação relativa à pessoa com deficiência e as normas de acessibilidade;

* A reforma de todas as calçadas passa a ser obrigação do Poder Público, que deverá
tornar todas as rotas acessíveis.





FONTE: MARA GABRILLI

Isenção de IPTU beneficia deficientes e idosos


Em algumas situações existe a isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e o benefício passa a ser integral. Devemos lembrar que as demais taxas ficam vigentes e não são isentas, como taxa sanitária, iluminação, etc.
Veja as situações em que o cidadão tem direito a isenção:


1. Deficiente físico, que por esta razão receba benefício de um salário mínimo de qualquer instituto de previdência, desde que possua apenas um imóvel e este seja o seu domicílio;


2.Imóvel de propriedade de ex-combatente brasileiro da Segunda Guerra Mundial, assim considerado o que tenha participado de operações bélicas como integrante do Exército, da Aeronáutica, da Marinha de Guerra ou da Marinha Mercante, inclusive o de que seja promitente-comprador, cessionário ou usufrutuário vitalício, enquanto nele residir, mantendo-se a isenção ainda que o titular venha a falecer…


3. Contribuinte, com mais de sessenta anos, aposentado ou pensionista, com renda mensal total de até dois salários mínimos, titular exclusivo de um único imóvel, utilizado para sua residência, com área de até oitenta metros quadrados, persistindo o direito à isenção após o seu falecimento….


4. Os adquirentes de lotes de terrenos situados em loteamentos irregulares ou clandestinos, destinados a pessoas de baixa renda, como tal definidos em regulamento, situados nas regiões A e B, desde que haja no lote benfeitoria construída, inscrita na Prefeitura em nome do adquirente do lote respectivo, a partir do exercício subsequente àquele em que tiver sido cadastrado até a aceitação do loteamento pela autoridade municipal competente…


Fonte: Blog do Deficiente Físico

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL.

É tempo de celebrar o Natal.
O Natal esta chegando e nós as INCLUSIVAS queremos desejar um feliz Natal á todos que nos acompanharam no ano de 2014 este foi um ano de muitas lutas e de grandes avanços para nós.
Agradecemos á todos que nos acompanharam de longe ou de perto e que o ano de 2015 seja repleto de muitos trabalhos.
O nosso trabalho esta no começo e a muito para se fazer.

UM FELIZ NATAL



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Plenário aprova inclusão de feminicídio no Código Penal

imagem de mulheres e homens aplaudindo a aprovação.


O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (18) a inclusão do feminicídio no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio (PLS 292/2013). O projeto seguirá para votação na Câmara dos Deputados.

O projeto estabelece o feminicídio como uma das formas de homicídio qualificado. O crime é definido como o homicídio praticado contra a mulher por razões de gênero, quando houver violência doméstica ou familiar, violência sexual, mutilação da vítima ou emprego de tortura. A pena definida pelo Código Penal é de 12 a 30 anos de reclusão.

O projeto é oriundo da CPI Mista da Violência contra a Mulher. Na justificativa da proposta, a comissão observa que a aprovação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) foi um ponto de partida, e não de chegada, no combate à violência contra a mulher. Daí a defesa da inclusão do feminicídio no Código Penal, em sintonia com recomendação da Organização das Nações Unidos (ONU).

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou substitutivo para aperfeiçoar o projeto, mas manteve a essência da proposta apresentada pela CPI. Ela rejeitou emenda apresentada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que abrangia de forma ampla crimes “por preconceito de raça, cor, etnia, orientação sexual e identidade de gênero, deficiência, condição de vulnerabilidade social, religião, procedência regional ou nacional; ou em contexto de violência doméstica ou familiar”.

Para Gleisi Hoffmann (PT-PR), a aprovação do projeto é uma resposta do Parlamento a casos recentes de violência contra a mulher, a exemplo da declaração do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) de que só não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece". A conduta do deputado é objeto de apuração pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara e foi denunciada pela Procuradoria-Geral da República ao STF.

— O Congresso não pode ficar impassível diante de tanta barbárie e silenciar sobre o assunto. Por isso é importante a votação do projeto — afirmou Gleisi.

Gleisi Hoffmann disse que emenda apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) melhorou a redação do projeto, ao redefinir as circunstâncias do feminicídio e ao prever o aumento de pena quando o crime for praticado contra gestante, idosas, menores de 18 anos, entre outras.

Segundo a senadora, há um anseio da sociedade por punições mais duras, diante do aumento dos homicídios de mulheres. A tipificação do feminicídio também visa a impedir interpretações jurídicas anacrônicas, como a associação entre o assassinato de mulheres e crimes passionais, ressaltou Gleisi.

Gleisi Hoffmann lembrou ainda que países como México, Chile e Argentina já incorporaram o feminicídio às legislações penais.

A senadora Ana Rita (PT-ES), relatora da CPI Mista, também saudou a aprovação do projeto. A votação da proposta foi acompanhada por representantes de diversas entidades, como a União Brasileira de Mulheres (UBM), a Via Campesina, a Marcha Mundial das Mulheres e a Contag.

Fonte:http://www12.senado.gov.br/

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

DIÁLOGOS SOBRE O CUMPRIMENTO DA CEDAW.

Na foto Liza Cenci esta de mãos dadas a Maria do Rosário e sorriem.


No dia 12/12/14 foi lançado em Porto Alegre o segundo caderno do Projeto MonitorAmento CEDAW-– Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, órgão ligado à ONU, que em 2013 publicou recomendações ao Estado brasileiro,A publicação é um instrumento útil para quem quer entender a Convenção da Mulher e como ela se aplica na realidade brasileira. O Caderno 2 traz o Relatório do Governo ao Comitê CEDAW, o Relatório Alternativo da Sociedade Civil, bem como textos inéditos sobre as desigualdades de gênero no Brasil. contou com a presença da INCLUSIVASS Liza Cenci que foi representar o grupo e o Movimento Superação neste grande encontro estavam presente a Deputada Maria do Rosario,  Ariane Leitão SPM, Telia Negrão Coletivo Feminino Plural ,entidades e ongs ligadas as mulheres.

Imagem do caderno Monitoramento CEDAW e ao lado dois corações de pano..


Imagem de algumas participantes.
Foto:Monitoramento CEDAW


Já está disponível na íntegra, no site do Projeto de Monitoramento da CEDAW, o Caderno 2 lançado pelo Consórcio Nacional de Redes e Organizações da Sociedade Civil.
Acesse aqui a parte 1: 
http://monitoramentocedaw.com.br/wp-content/uploads/2013/08/CEDAW-Caderno-II-WEB-parte-1.pdf

Acesse aqui a parte 2:
http://monitoramentocedaw.com.br/wp-content/uploads/2013/08/CEDAW-Caderno-II-WEB-parte-2.pdf

Relatório Alternativo da Sociedade Civil sobre temas de tráfico de mulheres e saúde das mulheres:
http://monitoramentocedaw.com.br/wp-content/uploads/2013/08/Relatório-Alternativo-CEDAW.pdf

Relatório do Governo Brasileiro ao Comitê CEDAW:
http://monitoramentocedaw.com.br/wp-content/uploads/2013/08/CEDAW-DOCUMENTO-BRASIL-2014.pdf

O Caderno 2 contém ainda os seguintes textos:

Morte Materna pela Ótica dos Direitos Humanos, de Maria José de Oliveira Araújo e Maria Cecília Moraes Simonetti; Participação do Brasil nos Comitês da ONU e Compromissos do Brasil com a Convenção CEDAW e demais Tratados de Direitos Humanos, de Ingrid Vianna Leão; Quando as mulheres decidem monitorar e conquistar direitos humanos, de Telia Negrão.


CONHEÇA O PROJETO NO SITE:http://monitoramentocedaw.com.br/quem-somos/consorcio

Estudo revela vínculo significativo entre pré-eclampsia e autismo


Quanto mais severa a pré-eclampsia, mais afetada é a criança, diz estudo. Transtornos do espectro autista atingem uma a cada 88 crianças nos EUA.
Filhos de mães que sofreram uma condição gestacional associada à hipertensão denominada pré-eclâmpsia são duas vezes mais propensos a ter autismo ou outros problemas de desenvolvimento, afirmaram cientistas em um estudo publicado nesta segunda-feira (8).
A pesquisa, publicada no periódico JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana, também revelou que quanto mais severa é a pré-eclampsia na mãe, maior a probabilidade de autismo no filho.
O estudo foi feito com mais de mil crianças entre dois e três anos no norte da Califórnia. Todas as mães tiveram diagnósticos confirmados de pré-eclampsia e os cientistas compararam dados daqueles que se desenvolveram normalmente com os de crianças que apresentaram transtornos do espectro autista (TEA) ou outros problemas de desenvolvimento.

"Nós descobrimos associações significativas entre a pré-eclampsia e os TEA, que aumentaram com severidade", afirmou a principal autora do estudo, Cheryl Walker, professora assistente do departamento de obstetrícia e ginecologia da Universidade da Califórnia em Davis.

"Nós também observamos uma associação significativa entre pré-eclampsia severa e atraso de desenvolvimento", prosseguiu.

Transtornos do espectro autista afetam uma a cada 88 crianças nos Estados Unidos.
As causas exatas do distúrbio de desenvolvimento são desconhecidas e há pesquisas que apontam para causas genéticas, ambientais ou uma combinação das duas.
O autismo provoca dificuldades nas habilidades sociais, emocionais e de comunicação e não tem cura conhecida.
Alguns estudos anteriores já tinham sugerido que a pré-eclampsia - que causa pressão alta no fim da gestação, altos níveis de proteína na urina e perdas de consciência nos casos mais graves - poderia provocar autismo, talvez ao privar o feto de nutrientes e oxigênio.

"Embora estudos isolados não possam estabelecer causalidade, evidências cumulativas apoiam os esforços para reduzir a pré-eclampsia e diminuir sua severidade, de forma a melhorar os resultados neonatais", disse Walker.

Fonte: G1

Orientações para pessoas com lesão medular: baixe sua cartilha!

A imagem mostra dois cadeirantes um de costas para o outro e a frase no meio da imagem: Orientações para pessoas com Lesão Medular. Deputada Mara Gabrilli

A cartilha de orientações para pessoas com lesão medular aborda questões nutricionais, dicas  de posicionamentos, informações sobre tecnologia assistiva e exercícios para se fazer em casa por indivíduos com lesão na medula espinhal que utilizam cadeira de rodas e querem incorporar atividade física regular na sua rotina diária.
O material foi organizado pelo Instituto Mara Gabrilli e pode ser baixado gratuitamente!
Quer o seu? clica aqui!
Fonte: Reab.me

Cadeirante desabafa na internet após se arrastar para entrar em avião no PR

A imagem mostra a nota feita em uma rede social e a foto.


Ela conta que teve dificuldade para embarcar por falta de equipamentos. Katya da Silva disse que relatou caso para que estrutura seja melhorada.
A cadeirante Katya Hemelrijk da Silva diz que precisou se arrastar pelas escadas de uma aeronave da GOL Linhas Aéreas Inteligentes para poder embarcar na manhã de segunda-feira (1º), quando seguia de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, para São Paulo. Segundo Katya, que é coordenadora de comunicação, o transtorno foi causado por falta de equipamentos adequados para o embarque de deficientes. O problema foi relatado em uma postagem na internet.
Portadora de Osteogenisis Imperfeita, doença conhecida como ‘Ossos de Vidro’, ela relatou que no momento do embarque a companhia não contava com uma stair trac ou uma ambulift – equipamentos utilizados para o transporte de deficientes até o interior dos aviões. “Só não foi pior porque a tripulação e os demais funcionários estavam tão indignados quanto nós e nos ajudaram no que foi preciso, inclusive a resgatar a mala que já estava despachada para que eu pegasse uma calça”, escreveu.
“O fato de ser carregada por qualquer pessoa, inclusive pelo meu marido em uma situação como essa (escada íngreme, com piso de alumínio e úmida devido ao sereno da madrugada), gera um risco que eu não estou disposta a correr”, afirmou ao explicar que a doença provoca fragilidade nos ossos. A subida sozinha, garante, foi a melhor opção encontrada já que “os movimentos estão sob meu controle e eu conheço meus limites”, completou.
O caso provocou polêmica e Katya fez uma nova postagem nesta terça (2) destacando que não pretende processar a companhia e que apenas queria chamar a atenção para que a estrutura para deficientes fosse melhorada. “Já conversei com a Cia Aérea GOL e disse que não tenho a mínima intenção em processar ou fazer nenhum tipo de sensacionalismo com a situação. Minha intenção é aproveitar o ocorrido para tentar ajudá-los a se estruturar melhor, frente às adversidades que podem aparecer em qualquer momento”, disse. “O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for.”

O G1 tentou contato com Katya, mas até a publicação desta matéria ela não havia retornado para comentar sobre o caso.

Melhorias
Em nota, a Gol diz lamentar o ocorrido e informou que o Stair Trac da base de Foz de Iguaçu não estava disponível para uso na manhã de segunda-feira e por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076. “A companhia tentou com as demais empresas conseguir o equipamento, o que também não foi possível, e ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores da companhia”, destacou ao dizer ainda que “tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer”.
Já a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), responsável pela administração do aeroporto de Foz do Iguaçu, observou que todas as obras feitas no terminal de passageiros recentemente foram executadas com base em requisitos de acessibilidade e que os procedimentos de embarque e desembarque de passageiros são de responsabilidade das empresas aéreas, podendo a Infraero oferecer suporte de infraestrutura quando necessário.”
A assessoria de imprensa da estatal adiantou ainda que a resolução 280/2013 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determina que a partir de 2015 a administração dos aeroportos deverá oferecer o equipamento para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. “No momento não há previsão de instalação de pontes de embarque no aeroporto de Foz do Iguaçu. Entretanto foi concluído o processo de aquisição de 15 ambulifts”, melhoria que deve atender também o terminal da fronteira.


Fonte: G1

Vera Dayse Barcellos assumi diretoria do CONDIM, Ato de repúdio contra o deputado Bolsonaro

Vera Dayse esta falando.

Na última quarta-feira 10/12/14 Dia Internacional dos Direitos Humanos pela pare da manhã a Inclusivass Carolina Santos participou da posse de Vera Dayse Barcellos que assumiu a presidência do CONDIM ( Conselho Municipal dos Direitos da Mulher) e Leá Epping foi escolhida para representar o Coletivo Feminino Plural a posse acorreu na prefeitura de Porto Alegre e contou com a presença do prefeito José Fortunatti, entidades e a coordenadora do Coletivo Feminino Plural Telia Negrão.
Na foto Vera Dayse, Telia Negrão e duas companheiras.
Foto:Elaine Oliveira

O conselho possui como finalidade formular e propor diretrizes de ação governamental voltadas à promoção dos direitos das mulheres e atuar no controle social de políticas públicas de igualdade de gênero.

Na foto pessoas reunidas.
Pela tarde a coordenadora do Coletivo Feminino Plural Telia Negão, Luisa Gabriela Ponto de Cultura  Arte e Expressão do Coletivo e Carolina Santos das Inclusivass foram participar do ato contra o ataque de repúdio ao deputado  Bolsonaro que com palavras que ferem os direitos das mulheres atacou a deputado Maria do Rosário dizendo:Não lhe estrupo porque você não merece.

Na foto mulheres reunidas uma ao lado da outra com cartazes.
Foto:Luis Avilla

Na foto Carolina Santos, Luisa Grabiela e outras participantes com cartazes na mão.
Participantes seguram cartazes na mão


                           QUE NENHUMA MULHER TENHA SEU DIREITO VIOLADO.





quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Inclusivass no Programa Cidadania

Na foto da esta a apresentadora Mariana Baierle, Carolina Santos e Fernanda Vicari


No dia 04/12/14 as INCLUSIVASS Carolina Santos e Fernanda Vicari participaram do programa Cidadania falando da cata entregue ao governador, recorte de gênero, inclusão, saúde e contando como surgiu o grupo.



Assista o vídeo abaixo:






terça-feira, 9 de dezembro de 2014

As Políticas da SPM para mulheres com deficiencia

Secretária de Políticas para as Mulheres

   II Fórum Mineiro
XII Congresso das Apaes

Belo Horizonte, 11/10/2013


As políticas da SPM para mulheres com deficiência
Maria de Lourdes Rodrigues
Coordenadora Geral da Diversidade
Secretaria de Articulação Institucional e Ações Temáticas
Secretaria de Política para a Mulheres da Presidência da República
Lurdinha.rodrigues@spm.gov.br
Spm@spm.gov.br


SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES – SPM/PR

Criada em 2003 para garantir o direito das mulheres.
Formulação, coordenação e articulação de políticas para as mulheres.
Articulação com os ministérios e demais órgãos do governo federal para a implementação dessas políticas em todos os níveis

Marco legal
  • Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência 
  • Homologada pela ONU em 2006 
  • Ratificado como norma constitucional em 2008 
Marco para o fortalecimento dos direitos Garante a acessibilidade para participação
Novo paradigma: a sociedade é que é deficiente ao não se adaptar para incluir as pessoas com deficiência

Marco legal
  • Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência Artigo 6º
  • Mulheres e Meninas com deficiência estão sujeitas a múltiplas formas de discriminação
  • Os estados signatários tomarão medidas para assegurar às mulheres e meninas com deficiência o pleno e igual exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; e
  • Medidas apropriadas para assegurar o pleno desenvolvimento, o avanço e o empoderamento das mulheres..
Marco legal
  • Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiência Artigo 16º
  • Prevenção contra exploração, violência e abuso
Os estados signatários se comprometem a tomar medidas apropriadas de natureza legislativa, administrativa, social, educacional e outras para proteger as pessoas com deficiência, tanto dentro como fora do lar, contra todas as formas de exploração, violência e abuso, incluindo os relacionados a gênero.


Relatório Internacional de Mulheres com Deficiência
  • Violência contra as mulheres com Deficiencia Situações específicas denunciadas
  • isolamento forçado, confinamento e ocultação dentro da casa da própria família; 
  • aplicação forçada e coercitiva de drogas psicotrópicas ou colocação de drogas na comida; 
  • internação forçada e coercitiva; 
  • contenção e isolamento em instituições; 
  • criação de situações pretextadas para fazer a mulher parecer violenta ou incompetente a fim de justificar sua internação e privação da capacidade legal; 
  • negação das necessidades e negligência intencional; 
  • retenção de aparelhos de mobilidade, equipamentos de comunicação ou medicação que a mulher toma voluntariamente; 
  • ameaças para negligenciar ou cancelar apoios ou animais assistentes; 
  • colocação de mulheres em desconforto físico ou em situações constrangedoras por longo período de tempo; 
  • ameaças de abandono cometidas por cuidadores; 
  • violações de privacidade; 
  • estupro e abuso sexual cometidos por membro da equipe ou por outro paciente internado em instituições; 
  • restrição, desnudamento e confinamento solitário que replica o trauma do estupro” 

Relatório Internacional de Mulheres com Deficiência
Subnotificação e invisibilidade dos casos de violência contra a mulher

Lei Maria da Penha
Lei 11.340/2006
Pune o agressor de mulheres com deficiência adicionando um terço a mais em sua pena

Central Ligue 180 – SPM-PR

Disque 100 – SDH-PR

Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiênciahttp://www.pessoacomdeficiencia.gov.br

  • Educação – estados devem garantir sistema educacional inclusivo em todos os níveis
  • Escolas públicas recebem em dobro por aluno com deficiência (podem repassar recursos para APAEs, por exemplo, para que garantam o atendimento educacional especializado AEE)
  • Professores da rede pública estão recebendo capacitação 
  • Número de alunos com deficiência na escola aumentou expressivamente
Benefícios
-Vacinas especiais

-Prioridade de atendimento (repartições públicas e concessionárias de serviços públicos, instituições financeiras, reserva de assento em transporte público - fila, vaga em creche, etc - Lei 10.048/2002

-Reabilitação – CRAS – APAEs

-BPC (Lei Organica da Assistência Social)


AS MULHERES COM DEFICIÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DAS POLÍTICAS
Participação das mulheres com deficiência nas Conferências:

de Politicas para as Mulheres, com destaque para última conferência, em 2011
Eixo 10 – PNPM “Igualdade para as mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência dos Direitos das Pessoas com Deficiência, com destaque para a conferência, em 2012
Em 2012, Ministra Eleonora Menicucci criou a Coordenação Geral da Diversidade, visando à efetiva implementação do Plano nacional de Políticas para as Mulheres, considerando, entre outros segmentos, as jovens, idosas e com deficiência.
Mulheres com deficiências enfrentam desafios maiores: preconceitos e estereótipos, histórias de exclusão e violências, que limitam suas vidas, dificultam o acesso ao mercado de trabalho, à saúde e à educação.


PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES 2013-2015
Princípios e Diretrizes da Política Nacional para as Mulheres

  • Igualdade e respeito à diversidade 
  • Equidade 
  • Autonomia das mulheres 
  • Laicidade do Estado 
  • Universalidade das políticas 
  • Transversalidade 
  • Transparência dos atos públicos 
  • Participação e controle social 
  • Promover a valorização e o reconhecimento da contribuição das mulheres do campo, da floresta, das comunidades tradicionais e das mulheres com deficiência para o desenvolvimento econômico do país

Linhas de ação:
Promoção da inserção e da permanência das mulheres em relações formais de trabalho não discriminatórias em razão do sexo, raça, etnia, classe social, orientação sexual, geração ou deficiência, com igualdade de rendimentos e fomento à ascensão e à permanência nos cargos de direção

2. Educação para Igualdade e Cidadania

Objetivos
  • Contribuir para a redução da desigualdade de gênero e para o enfrentamento do preconceito e da discriminação por meio da formação de gestores/as, profissionais da educação e estudantes em todos os níveis e modalidades de ensino.
  • Consolidar na política educacional as perspectivas de gênero, raça, etnia, orientação sexual, geracional, das pessoas com deficiência e o respeito à diversidade em todas as suas formas, de modo a garantir uma educação igualitária e cidadã.
  • Promover o acesso e a permanência de meninas, jovens e mulheres à educação de qualidade

3. Saúde integral das mulheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos
Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres, em todas as fases do seu ciclo vital, garantindo os direitos sexuais e os direitos reprodutivos, bem como os demais direitos legalmente constituídos; e ampliar o acesso aos meios e serviços de prevenção, assistência e promoção da saúde integral da mulher em todo o território brasileiro, sem discriminação de qualquer espécie, resguardadas as identidades e especificidades de gênero, raça, etnia, geração, classe social,

orientação sexual e mulheres com deficiência

4. Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres
  • Reduzir os índices de todas as formas de violência contra as mulheres
  • O Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, lançado em agosto de 2007, como parte da Agenda Social do Governo.

  • O objetivo do Pacto - enfrentar todas as formas de violência contra as mulheres a partir de uma visão integral deste fenômeno - somente será possível por meio da integração da perspectiva das mulheres com deficiências em seu escopo.
As mulheres com deficiência são contempladas de forma transversal em todos os eixos.
4. Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres
Eixos estruturantes do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência:


1) Garantia da aplicabilidade da Lei Maria da Penha.


2) Ampliação e fortalecimento da rede de serviços para mulheres em situação de violência.


3) Garantia da segurança cidadã e acesso à Justiça.


4) Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, enfrentamento à exploração sexual e ao tráfico de mulheres.


5) Garantia da autonomia das mulheres em situação de violência e ampliação de seus direitos.


4. Enfrentamento de todas as formas de violência contra as mulheres
No âmbito das ações de enfrentamento à violência contra as mulheres, a partir do mês de agosto de 2013 os Estados passaram a receber duas Unidades Móveis para Mulheres em Situação de Violência no Campo e na Floresta. São veículos adaptados para funcionamento de Unidade Móvel de Acolhimento às Mulheres em Situação de Violência no Campo e na Floresta. Modelo de ônibus a ser utilizado contempla acesso às mulheres que usam cadeiras de rodas, permitindo assim sua acessibilidade.


5. Fortalecimento e participação das mulheres nos espaços de poder e decisão
Fomentar e fortalecer a participação igualitária, plural e multirracial das mulheres nos espaços de poder e decisão, por meio da promoção de mudanças culturais, legislativas e institucionais que contribuam para a construção de valores e atitudes igualitárias e democráticas e para a construção de políticas para a igualdade

6. Desenvolvimento sustentável com igualdade econômica e social
Incentivar o desenvolvimento sustentável com a inclusão das mulheres em todas as suas especificidades e diversidades, considerando as dimensões sociais, econômicas e ambientais, democratizando o acesso aos bens da natureza e aos equipamentos sociais e serviços públicos.

Promover a ampliação da infraestrutura social nas áreas urbana e rural, garantindo o direito das mulheres à habitação e moradia digna, com acessibilidade, por meio, dentre outras ações, da facilitação de formas de financiamento.

7. Direito à terra com igualdade para as mulheres do campo e da floresta
Promover o fortalecimento econômico e o direito à vida de qualidade das mulheres no meio rural, respeitando as especificidades das mulheres do campo e da floresta e comunidades tradicionais (inclusive ribeirinhos), com garantia do acesso à terra, a bens, a equipamentos e a serviços públicos.

8. Cultura, Esporte, Comunicação e Mídia
Promover maior participação e assegurar a inserção igualitária das mulheres no esporte, considerando as dimensões étnica, raciais, de classe social, orientação sexual, identidade de gênero, geracionais e mulheres com deficiência.

Estimular, ampliar e qualificar o acesso de meninas adolescentes, mulheres adultas, idosas e mulheres com deficiência ao esporte e ao lazer, promovendo a qualidade de vida, a inclusão social, a cidadania e o desenvolvimento humano.

Promover uma imagem não estereotipada das mulheres, valorizando-as em sua diversidade.


9. Enfrentamento do racismo, sexismo e lesbofobia
Instituir políticas, programas e ações de enfrentamento ao racismo, sexismo, lesbofobia e ao preconceito e discriminação baseadas na orientação sexual e identidade de gênero.


Capítulo 10 - Igualdade para as mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência
As ações propostas estão voltadas para que a inclusão das especificidades das mulheres com deficiência seja incorporada nas politicas públicas, no incentivo à produção e ao fomento de estudos, pesquisas e publicações.

As ações destinadas às mulheres com deficiência não se restringem aquelas apontadas no capitulo 10, mas outras ações articuladas nos demais capítulos apresentados.


10. Igualdade para as mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência
Garantir o protagonismo das mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência na elaboração, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas.

Garantir o acesso das mulheres jovens, idosas e mulheres com deficiência a políticas, equipamentos e serviços públicos.

Garantir a igualdade de direitos e oportunidades no acesso, permanência e promoção das adolescentes e jovens no mercado de trabalho, em especial as negras e as mulheres com deficiência.

Ampliar a permanência das meninas e mulheres jovens na educação formal, evitando a evasão escolar, em especial para as negras, trabalhadoras rurais, quilombolas, indígenas, lésbicas e mulheres com deficiência.

Fortalecer ações de promoção da autonomia das mulheres com deficiência, considerando as suas especificidades e diversidades, com especial atenção ao que se refere à acessibilidade, acesso ao mercado de trabalho, educação especial e enfrentamento à violência.

Promover a autonomia das mulheres com deficiência, através da garantia do acesso a equipamentos, serviços e políticas públicas específicos para suas necessidades.

Promover ações de formação de mulheres com deficiência, lideranças e multiplicadoras, por meio de jornadas de formação e seminários, sobre acesso aos direitos, equipamentos, políticas e serviços públicos, com especial enfoque nas ações previstas nos programas do PNPM.

Fomento à implementação de ações de enfrentamento à discriminação contra meninas, mulheres jovens, idosas e com deficiência.

Incorporação das especificidades das mulheres jovens, idosas e com deficiência nas políticas públicas direcionadas às mulheres.

Produção, fomento e publicação de estudos, pesquisas, dados e indicadores sobre igualdade de gênero, mulheres jovens, idosas e com deficiência.


11. Gestão e monitoramento do plano nacional de políticas para as mulheres
Implementar, acompanhar e monitorar o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres - PNPM, com integração das ações e articulação entre os diferentes órgãos dos governos federal, distrital, estaduais e municipais.

Ampliar e disseminar o conhecimento sobre a situação das mulheres na sociedade brasileira e das políticas públicas de gênero, considerando as múltiplas formas de desigualdades.


SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES – SPM/PR

As mulheres com deficiências, sejam jovens ou idosas, enfrentam desafios maiores, preconceitos e estereótipos, além de uma história de exclusão, que limitam suas vidas: da violência a falta de garantia de acesso ao mercado de trabalho, à saúde e à educação.

Para uma efetiva mudança dessa realidade, elas devem ser inseridas no processo democrático, na vida cotidiana, no trabalho, na educação, nos mais variados serviços e equipamentos públicos.

A SPM-PR pactuou e lançou o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres 2013-2015, incluindo ações para as mulheres com deficiência em todos os seus eixos. Essas ações, alinhadas com o Viver Sem Limite, foram pactuadas com os diversos ministérios responsáveis pelas políticas setoriais, a fim de assegurar sua efetiva implementação.

Iniciativas em 2012:
Oficina de Trabalho com especialistas, mulheres ativistas com Deficiência e diversos órgãos do governo federal como o Ministério da Saúde, da Educação, do Desenvolvimento Social e Direitos Humanos para discutir políticas específicas para essas mulheres.

Roda de Conversa sobre Políticas Públicas para Mulheres, na Conferencia Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em dezembro. Evento bastante concorrido e marcante na conferencia.

Apoio ao projeto de fortalecimento das mães de pessoas com deficiência atendidas na APAE/BH

Iniciativas em 2013:
atividade especifica para as mulheres na REATECH – Feira Internacional de Acessibilidade e Tecnologia, em SP.

Roda de Conversa sobre Políticas Públicas para Mulheres, na Conferencia Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em dezembro. Evento bastante concorrido e marcante na conferencia.

1º Seminário Nacional de Políticas Públicas para Mulheres com Deficiência (7 e 9 de novembro) – Brasilia - parceria SPM - SDH.

Público: gestoras, pesquisadoras, conselheiras, ativistas e mães cuidadoras de pessoas com deficiência.

A perspectiva da autonomia, da cidadania, da acessibilidade aos bens públicos, para as mulheres com deficiências, é uma das metas das políticas para mulheres, que deve garantir segurança e autonomia, para que sejam inseridas em todas as esferas da vida pública e privada para o pleno exercício da cidadania.


Esse é o nosso desafio!


Muito Obrigada!


spm@spm.gov.br

Tornamos o arquivo em PPT em formato acessível e respeitando as características do mesmo por acharmos importante as informações contidas nele.

Arquivo e fonte:
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=0CCsQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.uniapaemg.org.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2013%2F10%2F1-As-pol%25C3%25ADticas-da-SPM-para-mulheres-com-defici%25C3%25AAncia.pptx&ei=bniHVPrzMYSpNp_OgTg&usg=AFQjCNG14TWUm63vU95uY_QkLY67EXqJBw&sig2=hiF3Fqn4ibcd4BC78PPZEA&bvm=bv.81449611,d.eXY

SPM Políticas Direitos das Mulheres

Secretária de Politicas para as Mulheres.
Governo Federal país rico é país sem pobreza.











segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tradição indígena faz pais tirarem a vida de crianças com deficiência física

Na foto crianças índiginas tomam banho.

Um assunto da maior importância: o direito à vida. Você acha certo matar bebês recém-nascidos por causa de alguma deficiência física?
Pois saiba que isso acontece no Brasil e não é crime. A Constituição, nossa lei maior, assegura a grupos indígenas o direito à prática do infanticídio, o assassinato de uma criança logo após o nascimento, se ela apresentar alguma doença.
Para os índios, é um gesto de amor, uma forma de proteger o recém-nascido, como você vai ver nesta reportagem. Mas tem gente que discorda.
Um projeto de lei que pretende acabar com o infanticídio já foi aprovado em duas comissões na Câmara Federal e agora vai para votação no plenário.
A cidade mais violenta do Brasil fica no interior do estado de Roraima. Chama-se Caracaraí e tem só 19 mil habitantes.
De acordo com o último Mapa da Violência, do Ministério da Justiça, em um ano, 42 pessoas foram assassinadas por lá. Entre elas, 37 índios, todos recém-nascidos, mortos pelas próprias mães, pouco depois do primeiro choro.
A partir de uma porteira, o Fantástico entrou na terra dos ianomâmis, uma área de 9,6 milhões de hectares, maior do que Portugal. Lá, vivem 25 mil índios em 300 aldeias numa floresta inteiramente preservada.
O filho de uma mulher ianomâmi vai fazer parte da próxima estatística de crianças mortas logo após o nascimento. Há duas semanas, ela começou a sentir as dores do parto, entrou na floresta sozinha e horas depois saiu de lá sem a barriga de grávida e sem a criança.
Os agentes de saúde que trabalham lá disseram, sem gravar, que naquela noite aconteceu mais um homicídio infantil, o infanticídio.
O infanticídio indígena é um ato sem testemunha. As mulheres vêm sozinhas para a floresta. Lá, depois do parto, examinam a criança. Se ela tiver alguma deficiência, a mãe volta sozinha para a aldeia.
A prática acontece em pelos menos 13 etnias indígenas do Brasil, principalmente nas tribos isoladas, como os suruwahas, ianomâmis e kamaiurás. Cada etnia tem uma crença que leva a mãe a matar o bebê recém-nascido.
Criança com deficiência física, gêmeos, filho de mãe solteira ou fruto de adultério podem ser vistos como amaldiçoados dependendo da tribo e acabam sendo sacrificados, enterrados ou abandonados na selva. Uma tradição comum antes mesmo de o homem branco chegar por aqui, mas que fica geralmente escondida no meio da floresta.
O tema infanticídio ressurge agora por ter se destacado no Mapa da Violência 2014, elaborado com os dados de dois anos atrás.
O autor do levantamento feito para o Ministério da Justiça, o pesquisador Júlio Jacobo, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, não tinha ideia da prática.

“E aí, então, comecei a pesquisar efetivamente com as certidões de óbito. Registravam que crianças de cor ou raça indígena, de 0 a 6 dias de idade. E começamos a ver que realmente era uma cultura indígena meio não falada, meio oculta”, diz o pesquisador.
O secretário de Segurança Pública de Roraima, Amadeu Soares, explica por que o seu estado aparece, pela primeira vez, entre os mais violentos do Brasil.
Fantástico: Por que no ano de 2012 teve essa evolução, esse número tão grande?
Amadeu Soares: Porque foi o ano que a Secretaria Especial começou a fazer o trabalho de registro desses infanticídios.
E foi assim que Caracaraí, no interior de Roraima, se transformou no município mais violento do Brasil. São 210 homicídios para cada 100 mil habitantes. A média nacional é 29 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Pituko Waiãpi é um sobrevivente. Ele nasceu há 37 anos numa aldeia waiapi, localizada no interior do Amapá. Tinha paralisia infantil e estava condenado ao sacrifício.

“A minha família não aceitava por causa dessa deficiência. Então, a Funai me tirou de lá”, conta.

O garoto cresceu entre os homens brancos e, aos sete anos, foi levado de volta para a tribo.

“Uma assistente social não entendia do costume da aldeia. Ela não sabia que ele não podia mais voltar e o mandou de volta”, conta Silvia Waiãpi, irmã de Pituko.

O garoto vivia carregado pela mãe, pai ou irmão mais velho.

“E aí um dia minha mãe cansou de me carregar e deu para o meu pai.

Quando foi na hora de atravessar o rio, meu pai começou a ameaçar que eu não servia para nada, que eu merecia ser morto. A minha mãe escutou isso e gritou que não era para ele fazer isso comigo”, conta Pituko.

“A minha mãe o deu para um dentista e a única palavra que ele sabia falar em português era: ‘Embora. Embora. Embora’”, diz a irmã.

Ele só voltou a ver os pais quando tinha 21 anos.

“A minha mãe sentou do meu lado e disse: ‘Meu filho, tu lembra daquele tempo que aconteceu?’. Eu falei: ‘Lembro’. Aí ela perguntou: ‘Você tem raiva dele?’. ‘Eu, não. Eu gosto do meu pai’. Isso é cultura de vocês. Quem sabe vocês estavam fazendo o certo e eu não estava sofrendo mais”, conta Pituko.

“Como é que é carregar um deficiente físico nas costas sem cadeiras de rodas? No meio do mato?”, comenta a irmã de Pituko.

A irmã de Pituko explica: para o seu povo, o infanticídio não é um ato cruel.

“Era um ato de amor. Amor e desespero. Porque você não quer que um filho seu continue sofrendo. Você quer que ele sobreviva, mas não se não há como?”, diz ela.

“Não se pode atribuir a isso qualquer elemento de crueldade. Se uma pessoa começa já no nascimento conter deformações físicas ou incapacidades muito grandes, você vai ter sempre em si um marginal”, avalia o antropólogo João Pacheco.

Na visão do antropólogo, este garoto é um exemplo do que seria um marginal na comunidade indígena. Ele sofre de um problema neurológico.
“Essa criança nasceu, segundo informações, sem nenhum sinal de qualquer tipo de deficiência. Eles não rejeitaram ela, mas ao mesmo tempo ela não fica como as outras crianças. Fica mais escondidinha”, explica Tiago Pereira, enfermeiro da Secretaria de Saúde Indígena.

Por não ter percebido a deficiência, a mãe deu de mamar ao filho.
Esta é uma cena da maior importância na vida de um pequeno ianomâmi. Quando a mãe amamenta o filho, é como se tivesse dando a ele a certidão de nascimento dele, é que ele está sendo aceito por ela e pela comunidade.
Os índios acreditam que só durante esse ritual o bebê se torna um ser vivo e, graças a essa primeira mamada, Kanhu Rakai, filha de Tawarit, está viva hoje.

“Se tivesse anotado de pequeno, poderia estar enterrado”, afirma Tawarit Makaulaka Kamaiurá, pai de Kanhu Rakai.

Quando nasceu, a família, que faz parte da etnia kamayurá, não notou que Kanhu Rakai desenvolveria qualquer problema.

“Ela nasceu normal. Depois de cinco anos, ela começou a ir enfraquecendo mais”, conta Tawarit.

Kanhu Rakai tinha distrofia muscular progressiva, uma doença degenerativa que dificulta cada dia mais os movimentos da garota, e os pais se sentiam pressionados pela comunidade para matar a criança.

“A aldeia não manda. Pode mandar, mas só que quem decide, eu e ela, é a gente que decide”, diz Tawarit.

E eles decidiram se mudar para Brasília.

“Para mim, enterrar as crianças é feio, é muito feio”, afirma Tawarit.
A solução para impedir a morte de bebês indígenas não é simples. Quem vive próximo ao problema, sabe disso. João Catalano é o coordenador geral da Frente de Proteção dos Índios Ianomâmis, da Funai.

“A gente tem que entender o ambiente em que eles estão inseridos. Aqui a gente está falando da maior floresta tropical do mundo. A maior parte das regiões só chega de avião”, diz Catalano.

O secretário de Segurança Pública de Roraima aponta outra limitação para agir: “A Funai acompanha, estuda e analisa todas essas questões culturais dos povos indígenas. E o estado tem essa limitação de apenas fazer o registro e o atendimento no caso de óbito”.

Várias vezes, enquanto esta reportagem estava sendo feita, tentamos falar com a direção da Funai, a Fundação Nacional do Índio. Ela não quis falar com o Fantástico sobre esse assunto.

E o que diz a lei brasileira sobre o infanticídio indígena? O artigo 5º da Constituição garante a todos o direito à vida.

O jurista José Afonso da Silva, especialista em direito constitucional, faz uma ressalva sobre as exceções dentro da Constituição.

“Ela reconhece a cultura indígena, os costumes indígenas, as tradições indígenas”, observa o jurista.

Então, diante da Constituição do Brasil, não há nada condenável no ato da mãe índia que mata o filho bebê.

O deputado federal Henrique Afonso, do PV do Acre, apresentou um projeto de lei indicando como o estado pode trabalhar para intervir na questão. “Esse projeto, o objetivo é erradicar o infanticídio no Brasil”, diz Henrique Afonso.

Ele prevê, por exemplo, a criação de um Conselho Tutelar Indígena, que teria autonomia para determinar qual medida deve ser adotada em cada caso.

O projeto ainda não foi colocado em votação no Congresso, mas já é criticado.

“Não há como executar essa lei a não ser com violência, que é desaconselhável. E a própria Constituição repudiaria isso”, comenta o jurista José Afonso da Silva.

“Eu não posso imaginar que esse seja um projeto realmente humanitário. Então, nesse sentido, os antropólogos têm se manifestado sempre contra”, diz o antropólogo João Pacheco.

Para os antropólogos, a solução seria o diálogo.

Uma saída bem sucedida encontrada pelo técnico de enfermagem da Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Charles Sheiffer. Conversando, ele conseguiu impedir a morte de um bebê indígena.

“Eu estava no posto de saúde mais ou menos 5h20 e, de repente, eu escutei uma batida na porta do posto. A mãe mandou um dos filhos dela me chamar para poder mostrar essa criança. Cheguei lá e a criança estava na grama já com placenta e tudo. E fiquei com essa criança mais ou menos uns três dias”, conta Sheiffer.

O pai já tinha outros três filhos. E acreditava que não teria condição de criar mais um bebê.

“Até que o pai se convenceu da minha atitude. E a mãe também queria a criança. De toda forma, ela queria. E aí quando ela deu a primeira mamada... Pronto! A criança estava livre”, lembra Sheiffer.

Silvia se formou em fisioterapia, é tenente no Exército e reclama da falta de estrutura e saúde dada a esses povos:
“Falta de medicação, falta de enfermeiros, técnicos, porque os poucos que têm estão sobrecarregados. Então, dizer que o índio está fazendo o infanticídio é muito fácil, né? Mas se tivesse estrutura, eu duvido que isso aconteceria. Eu falo isso porque meu irmão, o Pituko, é tetraplégico, ele não teria nenhuma condição de sobrevivência dentro da aldeia, mas aqui ele hoje é um pintor. Ele só mexe a cabeça e o pescoço, e ele pinta, e ele escreve apenas com a boca”, conta Silvia.

Hoje Pituko é um orgulho para a sua aldeia. Agora, os waiãpis descobriram que existe outro caminho para crianças que nascem com deficiência.
“Eu quebrei os preconceitos sobre pessoas com paralisia infantil. Eu tenho uma sobrinha que tem dois filhos que são deficientes”, diz Pituko.

“E hoje meu pai entende isso. Hoje, nós vemos isso no olhar dele. Um olhar de amor. Um olhar de carinho. E quando nós vamos, ele chora, porque fazia muito tempo que ele não nos via. E ele diz em português: saudade”, conta Silvia.

A mesma saudade que Muwaji tem do seu povo. Ela é de uma tribo isolada do Amazonas, a suruwaha.

Quando deu a luz ao seu filho, estava sozinha no meio da floresta.

Percebeu que a criança não abria as mãos e tinha as pernas cruzadas e duras. Muwaji começou a criar a filha mas o irmão insistia que ela devia matar a bebê.

“Meu irmão falou: ‘Dá o veneno. Eles vão matar’. ‘Não quero matar’”, conta Muwaji.
Para salvar a criança, Muwaji fugiu da sua tribo. Vive com a filha de oito anos em Brasília e nunca mais viu a família.

“Meu coração é triste, chora. Depois é alegre de novo”, diz.

Ela não vê meios de voltar para sua tribo e apenas canta quando quer se sentir próxima a seu povo.

Fonte: G1/Fantástico

TODOS TEMOS DIREITO A VIDA.